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Soltando as cordas do balão

| quinta-feira, 23 de julho de 2009 | 0 comentários |
Uma folha em branco, talvez mais um papel para desabafar o quanto esse mundo é sufocante e quanto eu tento arrumar motivos para ficar.
“Só por que Jesus sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer.”
Muitas coisas mudaram hoje, não é só apenas mais um dia ruim, é um dia que as coisas perderam o significado, o dia de mudar. As pessoas não são mais um apoio para se manter em pé, estranhamente elas são apenas uma coisa que eu uso como desculpa para me prender aqui.
O que estou sentindo? O que é besteira? Até quando é fácil falar?
São 0 e 11. E estou suportando de novo sozinha a vontade de largar tudo o que me prende a vida.
Me pergunto até quando precisam de mim. Se alguém ler, o dizer eu importo, tenho medo que pareçam apenas palavras vazias. É muito fácil falar as coisas, muito mais fácil do que fazer alguém senti-las.
Não quero dizer que as pessoas são obrigadas a ficar comigo quando eu estou mal, só que eu preciso me acostumar a estar sozinha nos momentos em que mais sangro.
No fundo não importa tanto se dizem que sou importante que me amam, que se importam ou que vão ficar comigo, sempre dizem e eu sempre continuo sozinha.
Comparando com antigamente, está mais difícil segurar a dor das lágrimas sufocadas na garganta. Isso me lembra Sandman.
Quando o Senhor dos Sonhos estava no inferno, e Lúcifer disse que as pessoas ficam ali sofrendo torturas por que elas acham que merecem. E me pergunto se eu também quero usar as desculpas que tenho por que acho que preciso ficar aqui, como um castigo alto imposto.
O qual ruim minha vida pode ficar?
O quanto mais vou ter que chorar no quarto enquanto penso como seria legal não estar aqui?
Quem ficou comigo?
Sabe, ninguém é obrigado a me ter como prioridade. E nem quero ouvir pessoas falando sobre isso, na verdade qualquer coisa comentada aqui só vai fazer doer mais.
Sela ele um “eu te amo”, um “eu me importo” ou um “para mim você é prioridade”. Nada disso pareceria verdadeiro.
Sinto como se eu estivesse voando em balões, que seriam minha esperança e os tivesse soltado. Não que eu vá tentar nada, mas é como se eu estivesse vazia por dentro, e chorar fosse a única coisa possível.
Como se nada mais importasse, e falar aqui fosse só dizer o que já aconteceu.
Eu vou desligar o PC, sorri e depois vou para o quarto tomar uns dois dramins, chorar até dormir e amanhã vai estar tudo bem.
Tudo bem pelo menos até chegar mais uma noite. E assim vamos ver até onde eu agüento.