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Andarilho

| quarta-feira, 15 de setembro de 2010 | 1 comentários |


Incansável... Indestrutível, ele caminha com o seu coração sangrando...
Incansável, ele pensou que a vida fosse feita de sonhos, enquanto o seu coração queima, ele deseja a morte sem poder tê-la.
É o andarilho da dor, que vê nos poemas um desabafo, que vê na monotonia uma forma de não sentir. Ele sabe, ah, ele sabe que se cortar a carne ela sangra, mas ele ainda sim gosta de sentir, algo além da dor de dentro... Só mais uma coisa que ele não domina.
O Andarilho errante, múrmura palavras sozinho que ninguém escuta. Ele sente dor, ele sente alívio, ninguém o ama, nem tem inimigos.
Ah, ele devia estar morto, canta as vozes de criança, ah ele devia estar morto...
Mas ele persiste sempre, oh, sua dor, ela é só sua, é saborosa como um prato, por isso ele não morre, por que ele ainda sente, ele é capaz de sentir em um mundo de estátuas.
Ele está em desespero um desespero mudo que se junta em tintas coloridas quando ele chora, ele tem água salgada e pode pintar, um mar um horizonte e tudo azul... Azul como o mar.
Ele está sentado no chão, um furacão de sentimentos rodando dentro dele e ele ri, ele sente uma súbita vontade de rir, o riso sem alegria, a amor sem calor e a dor sem alma.
Sinta a dor mais se cale, se cale por que ninguém quer ouvir
Seus sentimentos doem ele só pensa em dormir
O grande invólucro de sentimentos de falsos e tão frágil...
Ele está morrendo, e ninguém está vendo... Esta sofrendo, e ninguém se importa.
Essa noite tem alguém chorando, como todas as noites... Chorando sozinho.
Mas ele sabe, que quando chora, as imagens se turvam, e turva-se a realida.