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Lua Negra

| segunda-feira, 29 de junho de 2009 | 1 comentários |

Bela és tu, cujo corpo transpira amor
Que transforma ambição em dor
Por sedução traz ao homem puro horror
Sua alma da lua nova tem a cor
E seu puro corpo nu tem perfume de flor
Quem não pode tomar conhecimento desse ser, é sofredor

Seus pés tocam o chão, macios como plumas
O corpo despido de tudo o que pode esconder sua beleza
O vento levado a bagunçar-lhe os cabelos
Um corpo de beleza incomparável jamais visto
Desenhada por Deus em sua perfeita inspiração
Em sua alma a crueldade e a destruição

Tu que anda pela noite, alma protetora
Nunca na arte de amar, foi amadora
No corpo de cada mulher mora
Com sua simples visão se chora
Por não ser submissa do belo jardim foi embora
Em sua cruel vingança usou uma cobra

Com amantes morou... A perda de sete queridos
Sua alma amargou e transformou sua crueldade
Seu ventre infrutífero assombra o coração
Olha pequenos pupilos por distração
Seus lábios beberam do elixir da vida...
E sua boca se encheu de vermelho púrpuro

Rainha dotada de imenso poder
Podem desejá-la, mas ela escolhe a quem ter
Por lei própria, independência, decide a quem querer
Bebeu o que ninguém jamais ira beber
Todas as coisas mais belas num único ser
Mulher que a sábios faz tremer

Nunca nenhuma se comparou a ti
Em grandes rituais é perigoso mexer com ela
Faz alguns se esconder de medo
E outros se cativar com desejo
És tu bela Lilith, rara mulher
Rubi bruto, filha da Lua Negra.

Devaneios

| domingo, 28 de junho de 2009 | 0 comentários |

Os dedos finos tateavam o coração que batia ensangüentado e deslizante. O vidro de fel estava ao lado, em um tom verde deixando-o mergulhar.

- Não preciso disso que me sobre, não preciso que me falte, é apenas um coração, sem sangue para bombear... Embebido em fel é seu lugar.

A voz é suave. Suas entranhas se reviram e mais fundo se tocam tirando de dentro os órgãos quentes.

- Um a um são postos de lado.

Um murmurar e uma canção. Apenas um sonar ao vento frio, a noite escura e aquela lua cheia, tão comum e tão clichê.

Os cabelos balançando junto com a cabeça, os pés dançantes pequenos e molhados, deslizando no musgo verde do chão.

Ela sabia que não precisava, e tudo foi sendo deixado até não restar nada além do cérebro o único órgão.

- Por que esse não? – perguntou uma voz diferente e vinda do nada.

- Eu preciso pensar para ver se ainda dói, para ver até qual dor meus pensamentos me carregam, qual funda é a candoga daqueles que veneram a ignorância e o quanto mais eles vão agir sem saber, tocar sem sentir e falar sem ouvir.

- Quem são eles querida, que voz vós fala o coração, que voz perpetua a discórdia dentro de si?

- Aquela me traz enjôo e dói o coração, meu pulmão que dói ao respirar, o peito que está pequeno com tantas coisas dentro... É preciso deixar espaço, para que tudo caiba e não doa mais. Sem pulmão a respiração não dói, o coração não se parte sem mente e o estomago não pode mais se enojar do fel da estrada de palavras e atitudes.

- Mas quem vós fala? Que importância eles tem?

- A importância da luz no escuro, são poucas, a maioria das velas acabam, quando chega o final do pavio... Pavio envolto em cera como um abraço quente no frio que não existe mais. Não existe abraço, não existe mais palavras, mas se eu não sentir as vozes vão voltar e eu vou ter meu abraço.

- Te daria meu abraço, se pudesse caminhar nas trevas de seu pensamento, e te alcançar naquele medo tão noturno. Na visão turva e nas luzes turvas e no cenário turvo. Como vê agora?

- Não vejo a ti, vejo as luzes como ondas nos olhos se embaçando. O que é isso? São água, que não devia sair mais, e não devia mais turvar a visão.

- Como se sente agora?

- Sinto-me como o vento, o ar e o gelo, sinto-me como um imenso gelo que nada sente, e meus pés estão gelando o sangue não circula mais, e a dor passou... Ao menos a dor não é mais sentida... Não está em palavras e não é palpável. É mais fácil... Acariciar e não notar que onde você está acariciando está em carne viva... Não sabe? Um carinho na carne viva pode doer muito, é a temperatura da mão, o suor que arde e o choque entre as peles. Deve mesmo ser chamado de carinho? Ou de candoga? Eles não compreendem...

- Explique-os. Mostre-os... Esclarecei-vos. A todos e seus sorrisos iram voltar.

- Estão enferrujados e sem óleo. Não posso mais por que dói. Explicar o que não sentem é difícil. Seria muito melhor se eles não falassem, não tocassem do que fazer doer mais ainda. Seria melhor se eles compreendessem, explicar me faz querer a solidão.

- Caixinhas de fel, deixando o vazio interno apenas maior.

- Sem dor... Sem dor. Daqui a pouco vou estar rindo disso tudo... Se estiver viva... Daqui a algumas horas, litros por litros. Quando eles acariciarem não vai doer ou produzir calor.

- Que assim seja... Doce criança.

- Dom Ratinho, foi pegar um teco de toucinho do feijão e morreu afogado... – a voz murmurava e os passos eram distantes. – A dona Carrocinha sua mãe adotiva chorava na rede. – ela começava ao longe. – A noticia se espalhou a porta que rangia... – disse passando mais longe e se sentando. – E uma andorinha que de longe vinha notou a porta abrindo e fechando, abrindo e rangendo...

E o silencio se fez com vidros partindo e pés pisoteando algo.

- O que houve, sempre a vi ranger... E gritar ao abrir e fechar? Perguntou a Andorinha... Dom Ratinho morre, Dona Carrocinha chora, e eu como não possuo lágrimas estou abrindo e fechando para demonstrar minha dor... Por que no conto todos estão chorando quando o Dom ratinho morre?

- Por que o mundo dele acabou, não há mais nada, nem pensamentos, nem falas, sentimentos... Tudo trancado e tudo um mistério, ninguém sabe como Dom Ratinho se sentiu.

- Dom Ratinho morre, porta abre e fecha, passarinho derrubou as penas, arvore derrubou as folhas, o mato secou, o homem cortou a barba, a fonte secou, os garotos destruíram seu balde de água. Por que o Dom Ratinho morreu sua dor não foi sentida, seus pensamentos são um segredo, nem a Dona Carrocinha sabe. O que o Dom Ratinho pensava... Ele sentiu dor, deve ter doía.

- Sim, ele foi queimado vivo.

- Não é essa dor a dor física é mais fácil de ser curada, para algumas dores não se tem remédio.

- Sim, criança... Continue sua história.

- Não mais, o melhor final é aquele que deixa pensar... Fim é uma palavra muito mais bonita que começo.

Caverna

| segunda-feira, 15 de junho de 2009 | 2 comentários |
Era uma vez, aqueles sonhos tecidos em teias de aranha, se desmanchando ao contorcer agonizante da morte de penas presas. Mostrando que a esperança se perdeu na floresta.

E ali os passarinhos cantam, apenas mais uma oitava, mais uma nota na clave de sol, puxando do contorno de coisas que não duram.

E ali no fundo alguém tentava escrever, sobre uma pedra cinza de espécie única. A Alegria servia de apoiou, para o carvão que rabiscava sem nada escrever. Palavras são inúteis para traduzir sentimentos.

Mas o poeta não percebeu, as palavras que ele escrevia com aflição fugiam do papel sobre a canção da dor da floresta, onde tudo morre.

Uma gota pingava contando os segundos, um a um, segundos perdidos esparramados pelo chão em gotas absorvidas pela terra. O vento ecoava ali e estava frio.

O carvão solta lascas virando tintas e borrões sobre o papel sem palavras, elas possuem alguma forma entendida por cada um, que não são palavras, são apenas borrões, são apenas desenhos das salas psiquiátricas e dos testes psicológicos.

Ali em um borrão sem forma, o poeta vê seus sonhos, ele vê uma ave a voar no céu, ele vê sonhos se desenhando como ramos de plantas floresta a dentro se preenchendo e formando um desenho do que ele não pode dizer que sente.

Quem o ouviria ali, dentre de uma caverna cheio de paredes e umidades, tantas pedras de sentimentos espalhadas por ali, e a dor em cada novo ser que nasce, cresce, se reproduz e morre. Tão simples...

A água termina, os pingos acabam, não á mais água para desenhar no papel aquele sonho. Mais um sonho mostrando que por mais que doa há alguma coisa ali com sentido. Alguma coisa nos borrões, que se assemelha no coração, ali era sua verdade, era as sombras na parede que ele queria acreditar.

Sombras nas paredes das cavernas, desenhos nos papéis, escuro, frio, vendo e barulho no silêncio, pouco que o fazia feliz, pouco que o fazia sentir.

Ele se esticou nos pés, bateu os dedos ali, mas não havia mais água, não tinha como. Ele saiu do papel vendo a sua volta pela primeira vez. O mundo imenso da caverna, todas as coisas que ele não tinha visto antes que iam se formando.

O silêncio foi ouvido e a solidão sentida, ele não tinha mais seus sonhos no papel, só uma realidade fria a sua volta o sufocando.

O poeta apertou os olhos querendo não ver, segurou o coração querendo não sentir e o carvão se desfez no papel virando pó. As suas lágrimas caíram no papel, eram grandes e grossas como sua dor, e o papel ficou escuro... Desenhando sua esperança.


Um dia de Murphy

| quarta-feira, 3 de junho de 2009 | 1 comentários |

Por favor, alguém aperta a descarga que a merda está começando a feder!!! Quanto tempo que eu não escrevo para começar algo assim? Talvez seja a frustração do meu dia.
Era um dia comum, eu já estava chateada com algumas coisas. Mas... Resolvi deixar para lá, como qualquer pessoa “normal”. Mas a “merda” persegue a gente de todas as forças, um labirinto negro de engolindo aos poucos. Ou devo dizer sutilmente, letalmente e rapidamente.
Eu não conseguia levantar, estava com frio, mas levantei, o metro não voltou e aquilo podia ser um dos sinais, acabei em pé, com um idiota que insistia em colocar o pé colado ao meu me deixando toda torta. Ainda me chega um infeliz, e após empurrar meio metro lotado, me cutuca e diz: “Esse banco não é reservado?” apontando para uma garota que estava sentada ali quase dormindo ao lado de um senhor de uns 60 e poucos anos.
Virei para ela e disse: “ela está grávida”, acrescentando em mente algo assim “Aquilo na barriga dela é um feto e não uma melancia seu cretino”. Ai o senhor que estava sentado cedeu o lugar dele, e o “panaca-mor” sentou e dormiu. Até ai ótimo, descendo do metro olho para o termômetro do Ana rosa e estava 8 graus. Fui para a faculdade pensando no gibi que li no metro.
Estava louca para chegar em casa e comentar com a Nai o que tinha acontecido no mangá, estava perfeito o Aoi e a Karin são perfeitos e eu adorei a parte que ela toca piano com a mãe dele. E no qual o Aoi liga para a Karin dizendo que não conseguia dormir. Ai a Karin lembra que a mão do Aoi disse que ele tinha problemas para dormir quando era pequeno, e ela tocava uma música clássica para ele no piano.
Ai achei super fofo quando a Karin gravou a música de madrugada no piano, levando bronca da mãe e foi levar para ele, super fofo.
Cheguei na sala de aula 30 minutos atrasada, peguei a prova e a fiz em 30 minutos. Não sei por que tem gente que enrola tanto a porcaria da resposta não vai cair na sua cabeça, se fosse uma prova de alternativas, você ainda podia enrolar e colar. Mas era uma prova dissertativa, não tinha como. E foi fácil. Entreguei e sai para o frio...
Não tinha dinheiro para o lanche, mas estava com fome, Verônica me pagou um leite com chocolate, e fomos conversando... Na verdade eles falando e eu ouvindo.
Quase fui atropelada, mas Verônica me puxou dizendo “ela tem mente masculina e não consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo”, ela repetiu o que eu tinha dito brincando. Quase fomos atropelados na próxima esquina por não olhar o farol, estávamos em três.
Uau, eu realmente pensei que seria legal, eu poderia ir parar no hospital, me livrar da escola, ter férias e seria uma experiência nova, ok! Chega!
Entrei no metro com todos, e logo desci na sé. Peguei sentido Arthur Alvin. E o mangá estava perfeito.
Cheguei em casa sem maiores problemas, então deitei na sala estava um baita frio, tomei um remédio para dor de cabeça, me embrulhei toda e fui ver padrinhos mágicos. Até ai não tinha acontecido nada. Eu estava sim um pouco chateada com a Nai, mas não queria repetir a mesma coisa, ou ter que gerar uma longa conversa que possivelmente viraria discussão por que não estava bem para isso. E estava tentando ficar bem, com todas as minhas forças agonizantes.
Minha vó foi na feira e me trouxe Marley & eu. A tempos eu queria ver aquele filme, e comecei a ver achando que era uma comedia e nada mais que isso. Para minha surpresa o filme é ótimo, anotei mentalmente de comentar isso entre outras coisas com a Nai, coisas que eu tinha pensado o dia todo. Coloquei o DVD do Poderoso Chefão III para criar um Backup, isso era 14h, e normalmente demora 1hora, meia para codificar e mais meia para gravar. Pois o PC surtou, e quando deu 17 e 20, ainda faltava muito para gravar.
Eu entrei em desespero, odeio fazer as pessoas esperarem por mim e não aparecer, estava preocupada com a Nai por que entrava às 16 e meia para falar com ela. Comecei a surtar mais, mandei uma mensagem avisando, mas mesmo assim não consegui sossegar eu fico preocupada e não gosto quando acabo entrando mais tarde do que o horário para falar com ela, é como perder um tempo valioso e não gosto de preocupá-la.
Ai entrou o Murphy na história, entrei no MSN depois de mandar uma mensagem e ela não estava, fiquei preocupada por não ter nenhum aviso nem nada.
Entrei e sai do meu MSN 3 vezes para ver se era ele que estava dando a louca, mas não era. Ela entrou as 17 e meia dizendo que a irmã estava usando. Senti como se eu fosse a única louca que se preocupa. Todas as minhas tentativas de conversar com ela entre o jogo de RPG yaoi, que usamos para construir fics foram frustrados. Por que o MSN dela não estava enviando as mensagens sobre os assuntos, só as coisas que ela falava, que não eram respostas, e os jogos. As resposta que eram para o que eu estava dizendo o MSN só enviou uma. Isso me fez lembrar que eu estava triste a algum tempo e estava tentando ignorar isso. Por que me parecia mais importante estar ao lado de quem amo do que me permitir cair.
A coisa foi piorando, desiste de falar e percebi que por mais que eu tente demonstrar é difícil as pessoas notarem quando eu estou mal ou por que. Não importa... Sempre me digo que não importa. Mas ai mais coisas aconteceram. Minha vó ficou irritada por que falei com ela com a porta no meio para meu gato não fugir, ele estava louco para fugir, e eu não gosto dele na rua de noite, e ela sabia. Me deixou triste e não comi a sopa.
Meu pai é engraçado, ele diz que eu devia fazer meu próprio leite com chocolate quente, e não a minha vó, normalmente peço a ela. Pois é, sai do PC e fui fazer o leite, tomei um Dramin, ele é tão eficiente como remédio para não sentir nada além de sono, do que para não sentir enjôo que é a função no qual ele foi classificado.
Não consegui fazer a dor passar, a Nai não tentou falar comigo para concertar as coisas, e eu não queria ficar pedindo para resolvê-las. Por que queria que ela tivesse percebido, mas não deu certo como a maioria das coisas hoje. Ela não tentou conversar, não tentou ver o que tinha acontecido, e isso me ajudou a ficar mais triste, por ela não conseguir sentir o qual ruim eu estava todos esses dias, e piorei muito agora.
Planejei dormir as 23 e meia, já que não estudei, o frio ficou mais frio, e eu decidi escrever isso para, estava ainda mais triste com a Nai, estava mais triste comigo, e estava tendo pensamentos obssessivos e depressivos. Talvez não seja importante...
Eu queria que a Nai lesse isso para entender um pouco, mas como o mundo queria me provar que ia piorar a energia acabou com tudo, demorou a voltar, e ainda por cima travou mais do que tudo. Ou seja... Consegui ficar pior do que estava antes.
Sei que isso era para ser engraçado, e ficou triste. Mas pensa... É algo tão absurdo que chega a ser engraçado. Agora eu queria muito não ter que levantar amanha, mas vou a faculdade fazer a prova, vou voltar e dormir na MINHA cama até a hora de entrar no computador... E só vou fazer isso quando me sentir descansada para. Acho que agora chega...