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Sentidos

| quarta-feira, 2 de junho de 2010 | 1 comentários |

Deixei meus sentimentos em algum lugar, eu queria escrever sobre eles mais tarde, queria sentir a todos eles, sem me queixar do qual ruim eles possam parecer. Eu queria poder desenhá-los, mas nem assim faria com que eles fossem tão reais.
Por que a tristeza tem que ser ruim? Matando todos os outros sentimentos, ela vai corroendo a tudo no caminho e a dor pode ser saborosa, não sentir mais é uma solução agradável para os desesperados.
Meu corpo é uma casa de sentimentos onde a razão comanda, ela tem o discernimento para saber do que eu preciso. Cultuo a tristeza como a um Deus, sempre me guiando para tudo o que deve morrer, sempre me mostrando que tudo poderia ser belo.
Vou continuar caminhando enquanto meu corpo se desfaz aos pedaços até não sobrar nada além dos olhos para se ver. Sentidos e não sentimentos, os sentidos são bons, eles admiram a tristeza e gostam de se sentir vivo.
Se um dia eu passar por um lugar, onde as cores saltem os olhos e exista cheiro de caramelo, vou apagar as luzes e segurar a respiração, acho que a felicidade me enoja. Por se dispersar com a fumaça do cigarro e o cheiro que arde os olhos. Não é a tristeza que arde os olhos, é o cigarro e o calmante que corre as veias deixando o corpo mole jogado em um canto qualquer.
A felicidade é um vicio que enoja e que é doce... Tão doce e sempre se quer mais. Desenhei a felicidade na parede com giz, sentei no chão gelado e tentei absorvê-la. O giz era rosa como a felicidade, me faz pensar em que qualquer sentimento é melhor que nenhum.