Pages

Hikikomori? O que pensar do mundo que nos cerca?

| sábado, 28 de fevereiro de 2009 | 3 comentários |

Esse meu tempo de profundo afastamento do meu blog, que deveria ser diário me fez pensar. Na verdade eu tive dias corridos e não parei tanto assim para pensar, eram apenas pensamentos corridos que eu cortava por que não queria pensar. O humano sofre quando olha para dentro de si, isso é uma verdade entre muitas espalhadas por ai.
Mas eu quis pensar agora, e escrever enquanto penso. E do ponto de partida do termo Hikikomori...
De acordo com a famosa Wikipédia Hikikomori é o seguinte: é um termo de origem japonesa que designa um comportamento de extremo isolamento doméstico. Os hikikomori são pessoas geralmente jovens entre 18 a 34 anos que se retiram completamente da sociedade, evitando contato com outras pessoas. Em geral, moram sozinhos ou com os pais e dedicam a internet, mangas, animes e video games como forma de preencher o tempo e viver num mundo isolado fantasiando a realidade. Os individuos tem seu desenvolvimento social paralisado afetando o processo natural de amadurecimento.

E parei para pensar e analisar a minha vida social que a cada dia mais parece uma piada degradante sobre como um ser humano deveria ou não agir, seria mesmo culpa da tecnologia as pessoas decidirem simplesmente viver a par de uma vida social, ou das próprias pessoas?

Eu realmente tenho vida social? Acho que talvez o Mínimo possível para sair de casa. Então eu seria uma boa candidata a Hikikomori, por que a minha vontade de sair de casa e falar com pessoas cada vez diminui mais, elas abrem a boca e eu pense. “Mas que merda é essa.” Com mais freqüência que antes.

Eu converso com poucas pessoas com apenas duas delas sou realmente sincera ao dizer o que penso e sinto. O Mundo tem sido um lugar parado para mim, eu não confio na maioria das pessoas, não quero contato com a maioria delas, e mais, pela falta de contato as faço pensar o que quiserem.

Podem pensar em me afastar da internet, mas isso não adiantaria nada. Muitas pessoas confundem o Hikikomori com vicio pela internet o que não é, ao contrario, eu diria que a internet impede que eu me recuse por completo a falar com pessoas.

Eu estou agindo da forma politicamente correta, falo o que elas querem ouvir a maioria não corre de fato a atrás e ainda acha que perguntar se está tudo bem resolve as coisas. Não é por que eu digo que está tudo bem que de fato está.

As pessoas que eu vejo por ai são pessoas desprezíveis capaz de esquecer tudo por um mero egoísmo, e tratando todos como objetos. Um livro nunca vai me trair ou magoar, um anime vai sempre ter um final parecido com o que eu quero, e quando eu escrevo eu posso ser eu mesma sem ter que usar a máscara do agradável.

Eu não tenho que agradar ninguém, eu só quero poder ficar no meu quarto, lendo e fazendo o que me der na telha por que não há nada que eu ache mais interessante do que isso. Nada para mim parece melhor. Por que não importa quantas pessoas que você conheça. Elas nunca vão ser completamente sinceras, se forem não vão estar perto o suficiente, e cedo ou tarde você vai deixar de ser interessante.

Eu posso voar

| segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009 | 0 comentários |

Eu queria essa noite escrever sobre medos, por que não importa o quanto confiante você esteja em toda a sua situação de vida e evolução sempre vai existir o medo. É nisso que eu estou pensando agora. No medo.

Eu passei por muitos medos na minha vida, todos tão diferentes e eles foram mudando conforme eu fui vencendo, mas nunca deixou de ser medo. Como eu era, e como eu sou agora, são como duas pessoas diferentes, talvez por que os medos mudaram quase radicalmente.

Eu antes tinha medo de ser deixada para trás, de ser deixada sozinha, de sofrer por algo que eu não conseguia mudar, e essas coisas. Alguém um dia disse que eu tinha uma carência mal focada.

O medo de hoje é diferente. Mas eu não sei explicar. Não tenho mais medo que as pessoas vão embora, eu já vi tantas vezes pessoas indo embora, como se eu não significasse nada, ou como se eu não sentisse. Que me acostumei com esse medo e ele deixou de ser assustador.

Hoje eu confio muito na minha consciência a ponto de que ela dita as regras. Se uma pessoa for embora é por que ela quis ir... Ninguém deve explicar suas razões, eu não quero explicar as minhas nunca. Eu estou segura agora, onde estou. Por que se alguém for embora, eu não vou ficar me torturando pensando o que eu fiz de errado para essa pessoa partir. Eu nem sequer vou pensar nela... Pode ser que doa um pouco, mas eu estou tão imune a dor, que isso é meio assustador as vezes.

Não há dor insuportável, não mais do que as que eu já passei. E eu já passei por muitas, o que as pessoas pensam de mim, não importa mais, esse é um dos medos que passou, o mais importante deles, e o que mais me assustava. A impressão que as pessoas tinham de mim, ou que eu tinha delas.

Hoje eu pensei numa frase, não sei muito o que quer dizer, mas é basicamente isso. Define o que eu sinto nesse momento.

O mundo parado... Como um precipício, sem fundo visível... E eu estou voando, sentindo o ar no meu rosto, sem me importar no que vem no fundo. Mas feliz por sentir que posso voar.