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Flor Calada

| terça-feira, 26 de janeiro de 2010 | |

Quanta dor um corpo humano pode aguentar?
Pior que a dor do corpo é a dor da alma, é a dor dilacerante do coração oculta por paredes grossas e frias. Sou uma casa, de janelas fechadas em meio a uma tempestade de chuva.
A ambiguidade dos meus sentimentos se confunde, não sei como sentir o que eu não sei explicar.
De um lado a beleza de poder respirar, a mera felicidade de viver... Enquanto tantos outros morrem.
Por que não eu?
Palavras que nunca mais serão ditas, sentimentos nunca mais revelados e é aqui que me calo. Minha boca não irá mais soltar palavras, o que sinto está em um poço fundo dentro de minha alma.
Não diga que se importa... Pessoas são mesmo boas? Elas se preocupam quando vêem alguém chorando? Ou é mais uma questão de manter aparências?
Minha esperança está paralisada, o relógio parou a meia noite e um.
Eu quis poder falar tudo, a vontade morreu afogada em lágrimas num quarto escuro.
O Sarcasmo da dor que pessoas não compreende, misturado a alegria de passar mais um dia, sabendo que no fundo ninguém se importa. Pode conhecer alguém só pelas palavras?
Eu sei... Palavras pode possuir agulhas, podem cortar fundo onde o sangue não vai aparecer.
Mais uma vez a música foi tocada sozinha, mais uma vez o labirinto se fechou, e a princesa está escondida no castelo do Minotauro.
Ele é apenas mais uma Condessa de Sangue, trancada para morre sozinha em uma torre, por não confiar mais em ninguém.
Duas moedas, duas pessoas... Uma vivendo na esperança de um novo dia, tentando ocultar atrás da máscara de alegria um ser que talvez não exista.
A outra uma louca, absorvendo a dor como se fosse uma droga, desejando cada dia que passa a morte, e a estagnação. Berrando mudamente por tudo que não pode falar.
Se um dia me perguntarem, que flor é a mais bonita, eu diria que era o cravo.
Mas no fundo pensaria no crisântemo, amarelo, arroxeado e branco.. Puro como o fim da dor.
Será ele a guardar tudo aquilo que não posso contar, tudo aquilo que um dia desejei falar e tudo o que se perdeu.

4 comentários:

Unknown Says:
26 de janeiro de 2010 às 21:31

Muito, ams esse seu poema/desabafo me fez pensar em coisas que estão acontecendo comigo nessas últimas semanas...

Jay Says:
9 de março de 2010 às 21:04

Oi Mihael Keehl,

gostei muito do seu blog... muito mesmo! Achei um pouco forte o que você escreve, e mesmo sem te conhecer fiquei até preocupada com você por algumas coisas escritas rsrsrs. (Calma que não sou nenhuma pisicopata de internet.... uhn dizer isso me deixou com jeito de maniaca né!? rsrs).
Já pensei muito igual a você, e hoje fico feliz em ver outros caminhos. Talvez seja prepotência minha chegar no seu blog dizendo algo assim, afinal a gente nem se conhece e parece que eu estou te julgando pelo que você escreveu rsrsrs, mas não é isso, é só um pouco cômico ver um reflexo de um antigo eu que estou tentando deixar para trás. Pode me mandar ir a merda se preferir por estar aqui escrevendo bobagens rsrs, mas é como você disse em um dos seus posts: escrevendo as palavras permitem me expressar sem me preocupar em agradar às pessoas. Abraços, Jay

Sam Says:
19 de março de 2010 às 07:32

Como sempre mais um elogio, realmente muito a se pensar (pessoas sao boas ou mantêm a aparência ?). Abraços e se cuide hein ^^

Unknown Says:
9 de janeiro de 2017 às 20:06

OI...

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