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Um Breve Conto Real

| segunda-feira, 30 de novembro de 2009 | |
Um Rapaz se atirou dos trilhos do metro de São Paulo, ele andou a passos hesitantes até a borda, não olhou em volta, sua amargura o corria por dentro.

No mesmo instante, pessoas andavam ali, preocupadas com suas vidas, pensamentos ligados a mil, pensando no que iria comer, no filme que veria com o namorado, no tempo que teria para dormir, na hora que chegaria no trabalho e em qualquer coisa que fosse sua individual.

Longe dali a família do rapaz vivia suas rotinas, a mão vendo TV. Quem sabe os irmãos jogando jogos de botão, quem sabe alguma namorada sonhando em vê-lo de novo, tentando entender o que ele sentia, mas sem tempo para ligar... Amigos que não tiveram tempo de vê-lo ou ao menos de notar o quanto a tristeza o tornava escuro por dentro, como um buraco negro a engoli-lo.

Seu nome era Anônimo, ninguém que não o conhecesse sabia. Ele escondeu o capuz com o rosto, o motivo nunca será conhecido, nunca será imaginado, por que esconder o rosto? Para que ninguém visse a dor passar em seus olhos, fixados em um ponto antes do salto.

O metro chegou tremendo o chão, fazendo barulho enquanto ele era tomado pela adrenalina, por que assim que ele pulasse não teria mais volta, não teria mais salvação. Ele viu o primeiro vagão, o rosto do condutor, o último rosto visto em detalhes perfeitos.

Não foi no primeiro, nem no segundo, ele tinha que calcular exatamente quando saltar. Mas o metro passa rápido em câmera lenta em sua mente enquanto ele se programa. Então chegou o momento, ele salto vendo que estava feito, não tinha mais como se arrepender, estava escuro, ele mal sentiu sua cabeça tocar ao chão, seus olhos estariam fechados? Ele teria apertado-os forte para não ver a morte enquanto tentava pensar em alguém? Ou seus olhos encararam corajosamente a roda que lhe esmagou a cabeça em segundos?

Teria ele murmurado algo? Ninguém vai saber.

Mas a pergunta que fica... E as pessoas que o amavam e nada conseguiram fazer? Elas devem estar pensando agora: “Como eu não notei que ele estava triste? Por que eu não disse que o amava? Eu queria tanto ter ajudado, ter dito coisas? Feito coisas com e para ele? Mas e agora?”

Ele está num lugar onde nunca mais vai ser alcançado, por escolha própria.
Você sabe o que vai acontecer amanhã com todos os que você ama e não cuidou direito? Com os que você ama e está próximo? Até mesmo com você?

Não sabemos o dia de amanhã. Esse pode ser o seu último dia, pode ser o último dia daquele que você ama. É uma realidade... É um fato!

Diga tudo o que quer dizer para todo mundo, viva cada segundo como se fosse o último, e talvez você consiga fazer a diferença. E como diria a música semana que vem da Pitty: “Esse pode ser o último dia de nossas vidas, a última chance de fazer tudo ter valido a pena. Diga sempre tudo o que precisa dizer, arrisque mais para não se arrepender, nos não temos todo tempo do mundo.”

Aproveite suas 24 horas, pois elas não serão acumuladas.

1 comentários:

Sam Says:
13 de dezembro de 2009 às 01:35

Agarre suas chances aki e agora pois não se sabe se haverá um amanhã e se houver para que nao se arrependa. ^^

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