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Louco

| sábado, 1 de novembro de 2008 | |

Sou um crepúsculo de verão, aqueles em que o sol está laranja.
Sou aquela roupa que você adora, mas usou uma só vez...
Sou o vento a raspar pelas paredes, contornando detalhes e preenchendo-os com poeira.
A borboleta, que da circulo em volta da chama de uma vela, raspando suavemente nela, até brilhar por inteiro.
A vida de um segundo, o amor de um minuto, tristeza de horas e a solidão eterna.
Dor exclusiva, que dói onde remédios não tocam, que dói cada vez mais, e mais ainda quando se tenta amenizar.
Eu quero ser o louco, com um motivo para gritar e chorar, com um lugar para descansar, com um maior aproveitamento do momento eterno e único, o momento agonizante da dor, aquele momento que é só do louco.
Ser louco... Poder sofrer, poder ser solitário e dizer tudo o que pensa e sente, uma alma livre e sem amarras.
Quero estar sozinho, em um quarto... Com uma música triste, um litro de Vodca e um maço de cigarros... Velas... Por todos os cantos e incensos de sabor morango.
E dormir... Dormir e sonhar... Ter pesadelos, e sonhos, para sentir o que é bom e o que é ruim...
Por que apenas pensamentos, não podem se tornar poesias...
Só as palavras com sentido, eu quero sem sentido algum
Apenas sentimentos... Apenas palavras jogadas. Para provar que eu ainda consigo juntar as letras de uma forma que ainda forme uma palavra, já que não posso mais formar frases, com palavras que tenha algum sentido...

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